Número de parlamentares investigados coloca todo Congresso sob suspeita, diz presidente da CPI

18/07/2006 - 19h47

Ana Paula Marra e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dosSanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que o"volumoso" número de parlamentares envolvidos nas denúncias de comprasuperfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares aoOrçamento da União coloca todo o Congresso Nacional sob suspeição. Sãocerca de 10% dos congressistas investigados pelo Ministério Público eagora pela CPI."Acho que os fatos divulgados a partir da denúnciacolocou sob suspeita não só 10%, mas a integralidade do Congresso. Atéo momento do relatório final ser apresentado, eu creio que os 513deputados e os 81 senadores, de alguma forma, estão sob suspeita. Masestamos tentando colocar as questões nos seus devidos lugares. OMInistério Público Federal considera que não são todos, que são apenas57. Nós vamos no relatório final apresentar a nossa posição", disse, ementrevista à imprensa. Segundo ele, daqui a 30 dias, quando deverá serapresentado o documento final da comissão, esse número pode sersuperior ou inferior a 57.Biscaia informou que não há como afirmar que os 57parlamentares são culpados, uma vez que o processo de investigaçãoainda está sendo feito. “Nem a procuradoriae nem nós temos certeza dos culpados, porque se o procuradortivesse certeza, ao invés de pedir abertura de inquérito,teria feito as denúncias”, disse o petista. Ele lembrou também que o depoimento deLuiz Antonio Trevisan Vedoim, dono da empresa Planam envolvida nas fraudes, é consistente ao indicar até novos nomes."O depoimento deTrevisan é consistente, o que pode alterar o quadro dos investigados,dando um número superior aos 57 parlamentares constantes da lista". Deacordo com Biscaia, no depoimento dado à Justiça Federal, Trevisan cita cerca de 100 pessoas,entre parlamentares e ex-parlamentares da legislatura anterior.