Delegacias da mulher devem ter atendimento e estruturas padronizadas, diz ministra

18/07/2006 - 14h16

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A padronização do atendimento e das estruturas das delegacias especializadas no atendimento à mulher é um dos maiores desafios enfrentados para o combate à violência de gênero. A avaliação é da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.Segundo ela, a partir da padronização, seria possível reunir de forma mais eficiente os dados relativos à violência contra a mulher em todo o país e orientar melhor as políticas públicas voltadas para essa área. “Quando trabalhamos de maneira unificada, otimizamos recursos e esforços e, portanto, melhora o impacto da eficiência como política pública”. Hoje (18), a ministra participou da comemoração dos 20 anos de implementação da primeira Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) no Rio de Janeiro, o segundo estado a receber esse tipo de serviço no país.Durante o evento, Nilcéa entregou ao secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Roberto Precioso Júnior, um conjunto de normas técnicas elaboradas pela secretaria em parceria com as delegacias especializadas do país. O documento também será levado a todas as secretarias brasileiras. A ministra ressalvou que o sucesso da iniciativa depende da adesão por parte dos estados, que são os responsáveis pela segurança pública. “Estamos propondo um pacto que virá acompanhado de um incentivo às secretarias de segurança pública, que será um reforço nos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública”, disse a ministra.Segundo a coordenadora das Deams do Rio de Janeiro, delegada Inamara Costa, o atendimento especializado foi fundamental para encorajar as mulheres a denunciarem os casos em que elas são vítimas de violência. A delegada informou que em 2005 foram registradas no estado cerca de 35 mil ocorrências. “Ainda é um número alto, mas que demonstra a crescente iniciativa de não se calar diante da agressão”, observou.