Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo o maior rigor na fiscalização contra as irregularidades financeiras nas campanhas eleitorais este ano pode ser insuficiente para acabar com os desvios, avalia o secretário-adjunto da Receita, Paulo Ricardo de Souza Cardoso. “A questão do caixa 2 é cultural, sempre tivemos problemas e a Receita Federal e os órgãos de controle buscam novas legislações para fechar essas brechas”, diz ele.A parceria entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Receita Federal é apontada como uma das principais novidades nessa campanha, mas, Cardoso Avalia, pode haver frustração com os resultados: “É prematuro dizer que isso seja o suficiente, porque sempre há aquela criatividade para o mal e acabam buscando formas de burlar a legislação, seja ela eleitoral, seja ela tributária”, completa.Para o secretário-adjunto, o combate ao caixa 2 depende não só de aparelhar o Estado, mas também de uma conscientização da sociedade, que precisa denunciar irregularidades. “É um processo muito dinâmico, quando você cria instrumentos adequados para fechar uma fraude, outros caminhos aparecem”, diz ele.“É uma vigilância permanente, constante e, com certeza, quando estamos diante de situações envolvendo grandes somas, recursos vultosos, esses fraudadores acabam ficando mais animados, digamos assim”, afirma. “Aí entram os instrumentos do Estado, que a própria sociedade tem, de controle.”