Presidente do Congresso lê requerimento que cria CPI sobre fraudes com ambulâncias

14/06/2006 - 14h14

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), leu hoje (14) o requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar o envolvimento de parlamentares com o esquema de compra fraudulenta de ambulâncias, desmontado pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal.

Os líderes partidários terão até terça-feira (20) para indicar os integrantes que farão parte da comissão, que deverá contar com 17 deputados e 17 senadores. O prazo de duração da CPI é de 180 dias. Após a indicação dos integrantes, deverá ser feita a eleição para presidência e vice. A presidência deverá ficar sob a responsabilidade de um deputado.

Renan Calheiros afirmou que a decisão de abrir a CPI não partiu dele, mas de um conjunto de líderes. Ele lembrou ainda que os fatos já vem sendo investigados pela Polícia Federal e Ministério Público. "Espero que pessoas que votaram pela CPI, apesar de já estar sendo investigado, trabalharem para que haja quórum", disse o presidente do Congresso.

O pedido de criação da CPI partiu de lideranças do PV, Psol e PPS. Elas reuniram a assinatura de 230 deputados federais e 30 senadores. Pelo regimento do Congresso, o mínimo de assinaturas necessárias para conseguir uma CPI é de 171 deputados e 27 senadores.

Segundo o deputado Raul Jungmann (PE), há uma base de trabalho que somam dois anos de investigação, o que pode agilizar os trabalhos da comissão. Para ele, é possível fazer uma investigação eficiente e rápida. "Se não tiver o viés dos holofotes, vai dar certo", afirmou Jungmann.

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), disse que o partido vai indicar um parlamentar disposto a trabalhar em cima dos documentos, sem preocupação com os "holofotes". No entanto, para ele, o parlamento tem pouco para contribuir nas investigações que já vem sendo conduzidas por outros órgãos. "Não tenho grandes ilusões do trabalho que uma CPI pode fazer nesse momento", observou.