Brasília, 14/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, garantiu hoje (14) que o órgão tem um plano de contingência para atender aos passageiros da Varig, mas que ele só será revelado se for decretada a falência da empresa.
Segundo Zuanazzi, o segredo sobre o plano é para evitar que se crie um clima de pânico. "Nós continuamos na expectativa de uma solução para a Varig. Seria uma irresponsabilidade o órgão concedente não ter um plano", acrescentou.
A agência só recebeu três reclamações oficiais de passageiros sobre atrasos nos vôos da empresa, feitas por dois passageiros do Rio de Janeiro e um de São Paulo, de acordo com o presidente da Anac. O número se refere a chamadas feitas desde o dia 6 e Zuanazzi avisou que os passageiros que se sentirem prejudicados podem procurar os serviços de atendimento ao consumidor nos aeroportos.
A situação da Varig continua indefinida já que o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, adiou sua decisão sobre a petição apresentada pela NV Participações, representante dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que responde aos questionamentos feitos pela Justiça sobre a origem dos recursos para efetivação da compra da Varig Operacional.
Milton Zuanazzi lembrou que em caso de falência, a Varig perde automaticamente a concessão para voar, como prevê o artigo 195 da nova Lei de Recuperação de Empresas. E disse ter "esperança de que ela não saia do mercado". Sobre o cancelamento de mais de 70 vôos desde o último sábado (10), o presidente da Anac afirmou que "a Varig não tem falhado com a sua responsabilidade" e está "cumprindo a sua obrigação", inclusive com o endosso de passagens e hospedagem de passageiros.
Ele acrescentou que não houve resolução da agência sobre o fato de outras empresas receberem passageiros da Varig: "Nossa preocupação central é com os usuários. Se as empresas estão solidariamente colaborando, ótimo. É sinal de que o sistema está funcionando".