Juiz adia decisão sobre resultado do leilão para compra da Varig

14/06/2006 - 20h03

Rio, 14/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - Somente na próxima semana o juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que preside o processo de recuperação judicial da Varig, deverá divulgar sua decisão sobre o resultado do leilão da companhia, realizado no dia 8. No leilão foi apresentada uma proposta única, no valor de R$ 1,010 bilhão, para compra da empresa pelos trabalhadores, representados pela NV Participações.

Colaborou para o adiamento da decisão, antes prevista para hoje (14), o fato de o juiz ter tomado conhecimento de três propostas de investidores que poderiam vir a se consorciar à NV. Segundo José Carlos Tedesco, representante do Tribunal de Justiça do estado, durante todo o dia o juiz se reuniu com empresários interessados em participar do processo de recuperação da Varig, entre eles o presidente da TAP, de Portugal, Fernando Pinto, que representaria um grupo de investidores canadenses e franceses; e o ex-presidente da VarigLog (subsidiária vendida à Volo do Brasil no início do ano), José Carlos Rocha Lima, que atualmente preside a Syn Logística.

Tedesco afirmou que também contribuiu para o adiamento da decisão a complexidade da engenharia e da logística para a montagem do processo, que no dia 17 completa um ano de inscrição na Lei de Recuperação de Empresas, que substitui a antiga Lei de Falências e Concordatas.

Em nota à imprensa, o Tribunal informou que o consórcio NV Participações entregou uma petição de 29 laudas, prestando os esclarecimentos solicitados pelo juiz. E que o documento ainda está sendo analisado. E reiterou que o objetivo da Justiça é ter o mais rapidamente possível uma resposta positiva para o caso, "que atenda os funcionários, a sociedade, os credores, a companhia e o país". A decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub deverá ser submetida também ao administrador judicial da Varig, que é a consultoria internacional Deloitte, e ao Ministério Público.

A proposta da NV Participações prevê o pagamento de R$ 1,010 bilhão em três parcelas, sendo R$ 285 milhões em moeda corrente, isto é, em dinheiro vivo; R$ 500 milhões em debêntures(títulos conversíveis em ações) de participação nos lucros da nova companhia; e R$ 225 milhões em créditos que os trabalhadores têm a receber da Varig.