Jovens de todo o mundo discutem paz e direitos da juventude

13/06/2006 - 13h05

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Cerca de 80 jovens vindos de mais de 12 países e filiados à Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD) participaram hoje (13) em Brasília do Seminário internacional Paz, Multilateralismo e Direitos da Juventude. O seminário pretende buscar caminhos comuns à juventude de países como Portugal, Cuba, Cabo Verde, Grécia e Canadá, para que eles possam conquistar plenamente seus direitos. Segundo a FMJD, o objetivo é buscar caminhos para superar os problemas que ameaçam essa conquista, como a falta de acesso à educação.

"É um bom sinal que a educação seja hoje a maior preocupação dos jovens do Brasil e do do mundo. E talvez seja das esperanças a que nós possamos atender", diz o secretário-executivo do Ministério da Educação, André Lázaro. "O que é importante em educação é que você tem que começar a fazer hoje coisas cujo efeito você vai notar daqui a cinco, dez, 15, 20 anos", complementa.

O Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, afirma que trabalho e educação são as duas grandes demandas da juventude brasileira. "Nós trabalhamos com um binômio importante aqui no Brasil, educação e trabalho. Essas talvez serão as duas grandes demandas que os jovens brasileiros têm. E evidentemente, para que tenhamos um mundo desenvolvido, com inclusão social, é fundamental que tenhamos paz", afirma o secretário.

O representante da Juventude da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vinícius Sartorato, 24 anos, afirma que a juventude brasileira pode contribuir com a luta pela paz com ações de massa, mobilizações e organização de debates e seminários.

O jovem português Hugo Garrido, 21 anos, filiado à Juventude Comunista Portuguesa, diz que, independentemente de existirem problemas específicos em cada país, há preocupações que são gerais para todo o mundo. "Problemas como o desemprego, a precariedade no trabalho, a educação cada vez mais cara. Cada vez mais os jovens são afastados do ensino", afirma Garrido.

Segundo o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 48 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, cerca de 27% da população brasileira. De acordo com a Secretaria Nacional da Juventude, o índice de desemprego entre os jovens entre 18 e 24 anos é de cerca de 17%, valor que supera a média nacional de 10%.

"Temos cerca de 2 milhões de jovens que não concluíram o ensino médio, e hoje no mundo, o jovem que não tem ensino superior, inclusão digital, que qualificação profissional, terá muito menos possibilidades de encontrar um emprego digno", afirma Cury.

O seminário internacional Paz, Multilateralismo e Direitos da Juventude prossegue até a próxima quinta-feira, dia 15 de junho, no auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados.

O seminário é promovida pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas, Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e pelo Centros de Estudos e Memória da Juventude.