Ações coletivas em comunidades ajudam a diminuir problemas de população de rua, diz psicóloga

13/06/2006 - 15h43

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio – O caminho para diminuir o problema da população que vive nas ruas passa pela participação ativa dos cidadãos em ações coletivas em suas comunidades. A avaliação é da psicóloga Cláudia Cabral, diretora executiva da Associação Brasileira Terra dos Homens - uma organização não-governamental (ONG) que promove a reintegração familiar e comunitária de crianças e adolescentes em situação de risco pessoal ou social.

Em entrevista hoje (13) ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, ela explicou que o foco do trabalho é promover a reintegração familiar, ou seja, procurar entender o que fez com que aquela família ou criança precisasse sair do local onde vivia, para promover o retorno ao convívio familiar e comunitário.

Para tanto, ela ressaltou que é preciso a atuação conjunta de diferentes instâncias do poder público, como das secretarias de Habitação, Saúde e Educação, além da participação da sociedade civil.

De acordo com Cabral, essa responsabilidade não é só do poder público, mas de cada cidadão, que deve denunciar "adequadamente" situações de risco existentes na comunidade. "Temos uma postura um pouco acomodada de saber o que acontece, reclamar do que acontece, mas não reivindicar no espaço adequado".

Para ela, denunciar "adequadamente" é procurar os serviços da prefeitura, do estado e de ONGs que atuam para minimizar o problema das populações de rua. Nos casos específicos de crianças e adolescentes, a indicação é procurar o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que tem inúmeros projetos na área.

Ela também destacou a necessidade de as pessoas se conscientizarem sobre os serviços que existem, de acompanharem a destinação de verbas e as políticas públicas para o assunto e para a comunidade onde vivem. "Ter um pouco mais de participação ativa, procurar se conscientizar e buscar o seu caminho de participação".

Cabral também destacou a eficácia da ação local. Segundo ela, se as pessoas voltarem-se às comunidades, será mais fácil identificar os focos do problema e atuar para a sua solução. Ela acrescenta que, se as pessoas participarem politicamente de ações sistemáticas e abrangentes, o alcance será maior e os resultados mais eficazes.