Aloisio Milani, Marcos Chagas e Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília – As investigações da quadrilha que fraudava licitações de ambulâncias e influenciava emendas parlamentares estão sob o comando do Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal. Foram expedidos 54 mandados de prisão de servidores públicos, empresários, assessores parlamentares. Gravações autorizadas pela Justiça indicam até a possível participação de deputados e senadores.
A operação abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. O esquema tinha integrantes que atuavam em prefeituras, no Ministério da Saúde e dentro do Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados chegou a instalar uma comissão de sindicância na Corregedoria da Casa, mas, depois de um acordo entre os presidentes do Senado e da Câmara e o procurador-geral da República, as investigações vão aguardar os trabalhos do Ministério Público Federal.
O relatório da Justiça Federal que foi enviado ao Congresso citava o nome de 65 parlamentares, sendo um senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente. Nenhum envolvimento havia sido comprovado pelas investigações anteriormente. Lideranças do PV, PPS, e Psol protocolaram um primeiro pedido de CPI para investigar o tema, mas o presidente do Senado pediu um novo requerimento ao alegar problemas formais com as assinaturas. Hoje (01), os partidos protocolaram novas assinaturas.
Ontem, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu a abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra 15 parlamentares suspeitos de envolvimento na Operação Sanguessuga. As investigações da quadrilha que fraudava licitações de ambulâncias e influenciava emendas parlamentares estão sob o comando do STF, Polícia Federal e Ministério Público Federal.
De acordo com nota do MP, Fernando Souza identificou indícios da participação desses parlamentares em crimes de fraudes em processos licitatórios, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Os nomes não foram identificados, pela possibilidade de as investigações correrem em segredo de justiça.