Calendário internacional e decisões da Bolívia levaram ANP a alterar leilão, diz Lima

01/06/2006 - 17h47

Rio, 1/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, informou em entrevista à Agência Brasil que o calendário internacional de licitações e as decisões do governo boliviano levaram a alterações na data e na carteira de áreas para exploração e produção a serem ofertadas na 8ª Rodada de Licitação.

O leilão, que estava marcado inicialmente para novembro, foi antecipado para o final de agosto e com isso deixará de ser o último do calendário internacional. "Nós nos demos conta de que se realizássemos a 8ª Rodada em novembro estaríamos fazendo o último dos leilões de áreas, o que seria um indicativo ruim do ponto de vista da atratividade. A nossa posição já era ruim no leque internacional dos leilões e veio a crise com a Bolívia. Se o nosso leilão não fosse bem sucedido, o fato poderia ser interpretado como uma conseqüência dessa crise, o que não seria bom", afirmou Lima.

Além de ter contribuído, mesmo que indiretamente, para a alteração da data da rodada, a pendência com a Bolívia levou a alterar o formato das áreas a serem ofertadas, ainda segundo o diretor: "O Conselho Nacional de Política Energética, em reunião realizada em Brasília, traçou a diretriz a ser seguida no leilão. E a decisão foi no sentido de que, assim como a 7ª Rodada, também a 8ª Rodada concentrasse o seu foco em áreas com probabilidade maior de ter gás".

O diretor-geral da ANP adiantou também que mais de 50% das áreas a serem ofertadas terão potencial para a exploração e produção de gás natural, o que eleva a possibilidade de ampliação da oferta do produto no mercado interno. "A partir da diretriz traçada pelo Conselho, o trabalho feito pela Agência foi no sentido de apresentar, nessa 8ª Rodada, áreas em que provavelmente haja probabilidade de se encontrar mais gás do que óleo", informou Haroldo Lima.