Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – Ao longo dos anos, a Varig perdeu a importância no Brasil e no exterior, ocupando, atualmente, uma posição inferior em relação a outras companhias aéreas. Isso se deu, em parte, pela administração equivocada da empresa. A avaliação é do professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Gilson Garófalo.
"O problema maior foi o de administração e o corporativismo. Das outras empresas que surgiram recentemente, tivemos um outro perfil operacional, com custo de manutenção menor, porque operavam com aeronaves mais novas, com estruturas mais enxutas e com um número de funcionários bem menor. Dados recentes indicam que a Varig tem 26 pilotos por avião, o dobro do que tem a TAM", disse, em entrevista hoje (30) ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.
Segundo ele, independentemente do resultado do leilão da empresa, marcado para a próxima segunda feira (5), a tendência é que a marca Varig desapareça no Brasil. "Há uma ligeira esperança de que ela permaneça no panorama internacional, mas em condições bem desvantajosas e onde a recuperação será um trabalho muito árduo", acrescentou.
Em relação à eventual substituição, por outras companhias, das linhas operadas pela Varig ele afirmou que isso é um processo rápido. "Quando a Panair desapareceu do mercado, no dia seguinte a Varig estava substituindo. Também temos exemplos no mercado internacional: a Panam, que era líder nos Estados Unidos, no dia seguinte foi substituída por outras empresas americanas".