Brasília - O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, divulgou hoje (30) medidas para combater a crise de violência no país. Entre elas, a "entrega voluntária e imediata de armas de fogo, munições, explosivos, armas brancas ou qualquer equipamento militar às autoridades, designadamente às forças internacionais". De acordo com a Agência de Notícias de Portugal (Lusa), Gusmão assumiu a "responsabilidade principal" pelas áreas da defesa e segurança.
Em declaração sem direito a perguntas, o presidente timorense admitiu ainda a possibilidade de decretar estado de sítio no país, com autorização prévia do Parlamento, como prevê a Constituição. As informações foram dadas no Palácio das Cinzas, em Díli, após reunião de dois dias do Conselho de Estado, órgão de consulta do presidente.
No encontro, Xanana Gusmão aconselhou o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a demitir os ministros da Defesa, Roque Rodrigues, e do Interior, Rogério Lobato. "Aconselhei o primeiro-ministro a considerar que os dois ministérios devem ter novas pessoas, novos elementos para lidar com a atual situação de crise", afirmou o presidente.
De acordo com o embaixador do Brasil em Timor Leste, Antônio Souza e Silva, cerca de 50 mil pessoas "estão em escolas, igrejas e centros comunitários, com medo de serem queimadas em suas próprias casas". Os conflitos envolveriam soldados e ex-militares.