CNBB diz que ataques em São Paulo são ''brutais e estarrecedores atos de violência''

14/05/2006 - 13h20

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou hoje (14) nota de repúdio à onda de violência contra a polícia de São Paulo, que já provocou 52 mortes. Os bispos classificam os ataques dos criminosos como "brutais e estarrecedores atos de violência".

"A CNBB expressa profundo pesar e solidariedade às famílias dos mortos, neste momento de grande dor e perda irreparável. Nenhum motivo justifica essas atrocidades, que deixam a população amedrontada e ainda mais desprovida da segurança a que tem direito", diz a nota da CNBB, que realiza 44ª Assembléia Geral em Indaiatuba, interior de São Paulo.

A conferência apóia a ação das autoridades no combate à onda violência e punição dos culpados. "Somos conscientes, no entanto, do quanto o sistema judicial, penal e penitenciário carece de providências e reformas profundas em âmbito nacional. A Igreja sente a missão de continuar colaborando com o Poder Público e outras entidades da sociedade, para uma adequada administração da justiça".

Do total de 52 mortos, 35 eram funcionários da segurança pública, como policiais militares, civis, guardas municipais e agentes penitenciários. Três civis também morreram, além de 14 suspeitos de participarem dos ataques. O governo de São Paulo também registra 36 rebeliões em presídios até a manhã de hoje (14). Desde a madrugada, já foram registradas 19 rebeliões.

Desde o início dos conflitos, na noite de sexta-feira (12), 100 ataques já foram registrados. A maior parte no interior do estado. As rebeliões e ataques são atribuídos à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).