Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) repassou ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) R$ 8 milhões para serem investidos em 38 projetos de inclusão produtiva de jovens. O objetivo é aproveitar o conhecimento das universidades públicas brasileiras para inserir jovens carentes no mercado de trabalho.
O anúncio dos projetos vencedores foi feito hoje (11) pelo ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. Segundo o ministro, os projetos vão favorecer a capacitação profissional dos jovens de baixa renda que tenham entre 18 e 24 anos.
"É uma cooperação que estamos estabelecendo com universidades para que possamos juntos desenvolver programas de apoio à juventude, especialmente jovens pobres, no sentido da sua capacitação profissional e da sua inserção comunitária", afirmou Patrus.
Segundo ele, a escolha dos jovens que vão participar dos projetos e as ações efetivas será feita no prazo máximo de um ano. No total, 28 instituições de ensino superior foram contempladas em todo o Brasil. Todas as regiões têm projetos: 16 serão no Sudeste, oito no Nordeste, oito no Sul, três na região Norte e três no Centro-Oeste.
Dois desses projetos serão desenvolvidos no interior do Rio Grande do Sul, na cidade de São Francisco de Assis, com o apoio da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. O primeiro será a criação da Unidade Industrial Regional das Missões. O objetivo é implantar uma agroindústria formada por jovens de 18 a 24 anos. A unidade vai capacitar os envolvidos na produção de frutas, transformação e comercialização dos produtos em formas de sucos, geléias e conservas. O objetivo é fixar o jovem na região.
O segundo projeto recebeu o nome de Incubadora de empreendimentos populares na "Querência do Bugio". Desta vez, o foco é desenvolver uma incubadora de pequenos empreendimentos populares que favoreçam o desenvolvimento local sustentável. Serão atendidas 780 famílias cadastradas no Programa Bolsa Família, especialmente jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica.
A reitora da universidade, Mara Regina Resler, acredita que os jovens que já são acadêmicos vão poder ensinar à juventude que não pode pagar uma universidade. "Não é apenas uma cooperativa onde se colocam grandes empreendimentos. São, sobretudo, jovens que se unem num projeto empreendedor a partir da capacidade também de identificar a sua própria potencialidade", disse.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em 2004 estavam empregados 51,7% dos jovens na faixa de 18 a 19 anos (6,8 milhões) no país e 65,8% dos que têm entre 20 e 24 anos (16,7 milhões). Os indicadores das duas faixas etárias apresentaram crescimento seguido nos últimos sete anos.
O programa Primeiro Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é uma das ações do governo federal cujo objetivo é dar uma chance para os jovens entrarem no mercado de trabalho. Podem participar do programa jovens de 16 a 24 anos cuja renda per capita familiar seja de até meio salário mínimo por mês. Segundo o ministério, desde 2003, quando o programa foi lançado, as ações do programa já atenderam 574 mil jovens de todo o país.
O edital com os nomes das instituições de ensino selecionadas está disponível no endereço eletrônico www.mds.gov.br.