Crise da Varig prejudica turismo no país, mas empresa é viável, afirma ministro

11/05/2006 - 14h35

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, afirmou hoje (11) que a crise financeira da Varig tem prejudicado o setor do turismo no Brasil. "O fato de ela [Varig] estar com problemas há três anos dificulta, sim, o crescimento do turismo no Brasil, porque ela é a empresa líder internacional", disse Mares Guia, em entrevista às emissoras de rádio da Radiobrás.

Ao defender a estruturação da empresa, o ministro salientou que cabe ao Poder Judiciário comandar o processo de recuperação da empresa. "O juiz que está conduzindo isso está no caminho certo. Temos discutido o assunto dentro do governo, mas é uma decisão da Justiça, não é decisão do Poder Executivo, é do Poder Judiciário, comandar, direcionar a reestruturação da empresa, através do leilão da parte boa".

Segundo o ministro, há pontos positivos em relação à Varig que precisam ser considerados, como os cerca de nove mil funcionários treinados e qualificados e a autorização para pousar e decolar em diversos aeroportos nacionais e internacionais. "Isso tem valor, vale centenas de milhões de dólares", avaliou.

Mares Guia afirmou que a Varig é uma empresa viável, "se a parte ruim for separada da boa". A crise financeira da empresa foi desencadeada por uma dívida total que soma R$ 7 bilhões. "Se acontecer essa separação da parte boa da parte penosa, a Varig vai voar de asas abertas e honrar as suas tradições", acrescentou.

De acordo com ele, a Varig abriu mão de direitos em benefício de outras empresas aéreas. "A Varig tem dado uma contribuição muito grande. Recentemente, abriu mão de direitos que teria, se pudesse cumpri-los, para permitir que a Air Portugal ganhasse mais sete linhas de Portugal para cá".

Segundo Mares Guia, a empresa também permitiu que a TAM operasse sete linhas aéreas para a França e sete para a Inglaterra. "Ela [Varig] está consciente das dificuldades dela e não tem prejudicado as demais empresas no crescimento dos seus mercados".