BNDES adota novas medidas para agilizar empréstimos para micro e pequenas empresas

11/05/2006 - 17h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (11) novas medidas para agilização das operações realizadas através da rede de mais de 80 bancos privados repassadores de recursos da instituição. Segundo afirmou o presidente do banco, Demian Fiocca, as medidas irão repercutir de modo positivo em especial sobre as micro, pequenas e médias empresas no país. "E é essa rede de grande capilaridade do sistema financeiro nacional que permite ao BNDES alcançar as empresas menores", disse Fiocca.

O apoio que vem sendo dado pelo banco às micro e pequenas empresas apresenta resultados satisfatórios nos últimos anos, analisou Fiocca. Os empréstimos concedidos ao segmento atingiram R$ 7,8 bilhões, superando 25% de aumento. O presidente do BNDES considera que o grande mérito visto pelo BNDES na parceria com os agentes financeiros privados para alcançar o segmento das MPEs é que essas empresas são as que mais criam empregos no país por montante de investimento. Estudo realizado pelo BNDES mostra que as micro e pequenas empresas apoiadas pelo banco geram mais empregos do que as companhias não apoiadas.

As medidas anunciadas hoje se somam à recente redução do prazo médio para as operações de financiamento registrada pelo banco. O prazo era de 25 dias em 2002 e caiu para cinco dias nos quatro primeiros meses deste ano.

Outra medida alterou as garantias, que passam agora a ficar a cargo dos agentes financeiros concessionários, que assumirão o risco do crédito. O BNDES dispensou também o registro de títulos e documentos no que se refere a veículos e a operações que tenham apenas garantia pessoal. Do mesmo modo, o Banco eliminou a necessidade de consulta prévia para operações automáticas.

O diretor financeiro do BNDES, Maurício Borges, estimou que as medidas poderão representar um incremento entre 5% a 10% no resultado esperado para as operações indiretas do banco este ano. A expectativa é que os desembolsos cresçam em torno de 15% sobre 2005. A área foi prejudicada pelo agronegócio. Nos primeiros meses de 2004, a média mensal de desembolsos do BNDES para operações indiretas era de R$ 500 milhões. Em 2005, caiu para R$ 250 milhões e agora, a média é de R$ 140 milhões.

Borges espera que o setor agrícola comece a dar sinais de melhora. Ele destacou, por outro lado, que a área das micro, pequenas e médias empresas se mostra em expansão. As operações realizadas através do Cartão de Crédito BNDES para transações no portal eletrônico do banco deverão fechar 2006 com negócios em torno de R$ 150 milhões. A expectativa em relação às MPEs é de crescimento das liberações de cerca de 20% neste exercício.