Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio - A realização de pesquisas para ampliar estratégias terapêuticas no combate ao câncer é um dos objetivos do termo aditivo de convênio firmado hoje (24) entre o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em um dos estudos, os pesquisadores vão buscar formas de reduzir a rejeição dos pacientes nos casos em que é feito transplante de órgãos.
Outra pesquisa tem o objetivo de identificar substâncias que podem determinar a maior ou menor capacidade de cada paciente responder às terapias. Serão realizados ainda estudos na área de prevenção e promoção da saúde, principalmente voltados para o tabagismo - o maior responsável pela alta incidência do câncer de pulmão.
O acordo firmado hoje também visa à formação de recursos humanos na área oncológica, que, segundo a coordenadora de pesquisa do Inca, Marisa Dreyer, é crítica no Brasil. Ela disse que o aditivo do convênio é muito importante, pois vai dar maior efetividade à parceria entre Fiocruz e o Inca e e produzir resultados práticos para melhorar a atenção oncológica no país.
Marisa lembrou que, nos últimos 70 anos, a incidência das doenças infecto-parasitárias, que a Fiocruz estuda com sucesso, vêm diminuindo no país, enquanto crescem as chamadas doenças crônico-degenerativas, como o câncer e as doenças cardiovasculares, que agora precisam ser atacadas.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, as pesquisas conjuntas com o Inca terão a mais alta prioridade da instituição.
O Inca estima que, em 2006, deverão ser registrados no Brasil cerca de 121 mil casos de câncer de pele, 49 mil casos de câncer de mama e mais de 47 mil novos casos de câncer de próstata. Apesar da maior incidência esperada ser a do câncer de pele, o tipo de câncer que mais preocupa é de mama, por causar grande número de mortes.
O convênio entre o Inca e a Fiocruz tem financiamento do Ministério da Saúde e deverá viabilizar 24 projetos de pesquisa para produzir conhecimento e desenvolver novas tecnologias a serem utilizadas no combate ao câncer, que afeta cerca de 470 mil pessoas a cada ano no Brasil.
Serão investidos R$ 4,7 milhões em pesquisas que vão abranger desde a área de biologia celular até soluções em termos de organização dos serviços de saúde para o atendimento dos pacientes com câncer.