Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou em entrevista à Agência Brasil que os partidos políticos precisam amadurecer após a "onda de denúncias" da crise política. "Acho que temos que ter maturidade para compreender que temos uma crise política, que ela é uma coisa positiva para o país. Mas temos que arrancar dela um comportamento superior dos partidos e dos quadros políticos que os representam", disse. Leia o terceiro e último trecho da entrevista:
ABr Qual a perspectiva daqui para frente com a crise política? Como o governo vai encarar os próximos meses?
Tarso: Tem ocorrido uma sucessão de denúncias no país. Responsáveis e irresponsáveis, na minha opinião. E às vezes levam a disputa política para um terreno político perigoso, que beira a técnicas um pouco autoritárias que desqualificam o processo democrático. Isso eu acho perigoso. Isso não é republicano. Tentativa de envolvimentos familiares que vão amesquinhando a disputa política.
Isso é natural na democracia, porque só ela suporta excessos. Mas acho que nós temos que nos vacinar em relação a isso. Agora, emprestar seriedade política para esse tipo de contencioso é ruim para a democracia, para a República e para quem participa desse debate. A não ser que isso tenha a ver com alguma questão política séria. Senão eu diria que é uma disputa política pré-moderna, fora do conceito republicano.
Acho que outras denúncias vão se susceder por conta da disputa política. Existe uma parte da imprensa que tem uma visão muito crítica do governo, e ao veicular, isso se torna fato político. É bom que veicule, mas acho que devemos ter o direito, a capacidade e o mesmo espaço das denúncias para responder. Senão a disputa fica desigual.
Acho que temos que ter maturidade para compreender que temos uma crise política, que ela é uma coisa positiva para o país. Mas temos que arrancar dela um comportamento superior dos partidos e dos quadros políticos que os representam.