Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil precisa ampliar o diálogo com as várias regiões do país e conseguir mais recursos e instrumentos para desenvolvê-las, afirmou um dos coordenadores do Plano de Política Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, Antônio Carlos Galvão.
Em palestra realizada no último dia do seminário organizado pelo Ministério da Integração Nacional que terminou hoje (25), em Brasília, Galvão disse que são dois os principais desafios do Brasil rumo ao desenvolvimento regional. "Um é promover uma melhoria significativa das dotações de infra-estrutura, das capacidades tecnológicas e de outras ordens nas regiões mais periféricas do Brasil, particularmente no Norte, Nordeste e em parte do Centro-Oeste", explicou.
O outro desafio, segundo ele, é disseminar e difundir uma forma de organizar as ações, de modo programático, ouvindo a base do território para articular ações "que poderão proporcionar um avanço da ordem democrática do país, eliminando a tendência de determinar tudo a partir do centro, a partir de Brasília, e apenas impor resultado para o conjunto da população".
De acordo com Galvão, a realização do seminário Políticas de Desenvolvimento Regional: Desafios e Perspectivas à Luz das Experiências da União Européia e do Brasil serviu para orientar e dar novo fôlego à discussão. "A experiência européia serve como um guia muito importante pela sua efetividade, para que ampliemos a nossa capacidade de dar respostas concretas à população que necessita de desenvolvimento regional no Brasil".
Para o professor Pedro Bandeira, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a política regional da União Européia é uma referência na área. Segundo ele, o modelo de planejamento de gestão da política regional européia,apresentado durante o seminário, é bem estruturado.
"O modelo europeu se baseia em documentos de política e em fundos estruturais que estimulam o crescimento das regiões mais pobres da Europa. Esses recursos buscam equilibrar as condições de competitividades das regiões européias mais pobres, através da dotação de infra-estrutura, de capacidade inovação. Esses fundos financiam programas específicos para essas regiões".
O professor disse também que o Brasil já está desenvolvendo e implantando um modelo próprio de desenvolvimento regional. "Isso é um processo. Nós teremos muitas dificuldades e demoraremos muito até termos instrumentos com a capacidade financeira dos da União Européia, capacidade de ter um impacto sobre a realidade das regiões, como acontece lá, mas o faremos".