Porto Alegre, 24/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O delegado regional Rudymar de Freitas Rosales, da Polícia Civil de Camaquã, na região metropolitana de Porto Alegre, garantiu que "cumpriu estritamente o que a lei permite", ao efetuar uma ação de busca e apreensão na sede da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul, em Passo Fundo, no Norte do estado.
O delegado Rosales comanda o inquérito sobre a ação das mulheres da Via Campesina realizada em 8 de março, quando quase 2 mil pessoas teriam destruído um laboratório da Indústria de Celulose Aracruz, em Barra do Ribeiro.
Rosales se disse "absolutamente tranqüilo" em relação à acusação de que "houve arbitrariedade na ação dos policiais". E garantiu que "elas estão tentando mudar a direção do enfoque, para evitar serem investigadas de forma mais aprofundada", em referência às oito mulheres que estavam na sede da entidade.
Segundo o delegado, ele e mais seis policiais apreenderam os objetos que estavam no imóvel, com ordem judicial, e respeitaram as formalidades legais de leitura do mandado e entrega de uma cópias às mulheres. "Elas ligaram para o advogado (Leandro Scalabrim) e eu expus a ele o conteúdo do mandado, solicitando que ele comparecesse ao local para acompanhar as buscas". Rosales disse ainda, que a Polícia Civil está instruindo o inquérito sobre a invasão do horto florestal da Aracruz Celulose, examinando os documentos e provas materias apreendidos na Associação e continuando a coleta de depoimentos das 10 pessoas envolvidas já identificadas.
"Também estamos tentando localizar as presidentas da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul, Luciana Maria Passinato Piovesan, que tem endereço em Ronda Alta, e da Associação Nacional das Mulheres Camponesas, Adriana Maria Mezadri, para prestarem depoimento", explicou.
A tesoureira da associação do Rio Grande do Sul, Luci Piovesan, havia acusado a Polícia de arbitrariedade e informou que ontem (23) recebeu uma lista do que os policiais haviam levado, mas não havia como identificá-los, porque as duas associações funcionam em sedes separadas. As entidades, acrescentou, "estão entrando na Justiça para denunciar o abuso dos policiais na operação".