Parceria com farmácias privadas vai melhorar acesso a remédios, prevê Conselho de Farmácia

24/03/2006 - 13h44

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho Federal de Farmácia considera positiva a expansão do Programa Farmácia Popular a mais de 1,2 mil estabelecimentos privados do país. A diretora do conselho, Lérida Maria Santos de Oliveira, destacou que a parceria com farmácias e drogarias privadas ajudará a reduzir o problema da falta de acesso a medicamentos entre a população de baixa renda.

De acordo com a diretora, 51% dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) não têm acesso a remédios. "Quem não compra medicamentos porque não tem como pagar, acaba tendo que retornar ao SUS, com um quadro ainda mais grave que necessita de uma internação, por exemplo. E isso aumenta os gastos para o sistema", revela Oliveira.

A expansão do programa a estabelecimentos privados foi anunciada ontem (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As farmácias parceiras vão vender remédios por preços até 90% menores que os cobrados no mercado.

De acordo com Lérida, a iniciativa é semelhante a projeto apresentado pelo conselho ao Ministério da Saúde, em 2003. Segundo ela, a proposta era para que o governo "aproveitasse a capilaridade" das cerca de 60 mil farmácias privadas existentes no país.

Cada unidade venderia medicamentos de uso contínuo, como os usados para hipertensão e diabetes, a baixo custo para a população. O restante seria pago pelo governo.

"Dessa forma, o governo não teria que gastar dinheiro com a construção de farmácias populares, mas aproveitaria uma estrutura já existente. E esses recursos seriam usados em ações para aumentar o acesso gratuito de usuários do SUS aos medicamentos", explicou a diretora.