Ministro diz que prefeitos não utilizam esporte como política para diminuir desigualdade

24/03/2006 - 18h18

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os prefeitos ainda não estão utilizando o esporte como política pública para ajudar a diminuir desigualdades sociais, para ocupar o tempo livre das crianças ou para atrair eventos para o município e melhorar a receita pública, disse o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz.

O ministro comentou os resultados do suplemento de esporte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado hoje (24). O instituto mostrou que em 2003 as prefeituras brasileiras destinaram em média menos de 1% de seus orçamentos para projetos esportivos.

Queiroz enfatizou que, mesmo sem conhecer esta realidade, o governo criou a política nacional do esporte com foco na universalização da atividade a partir de programas envolvendo as escolas. Segundo ele, há um convênio com o Ministério da Educação para a compra de equipamentos e 1.200 escolas que abrem as portas nos finais de semana para a comunidade já estão recebendo os materiais para diversas modalidades.

"Já o programa Segundo Tempo, que oferece esporte para as crianças em horários diferentes das aulas, é desenvolvido em parceria com organizações não governamentais, universidades e clubes, atendendo a mais de um milhão de crianças em todo o país", acrescentou.

Quanto à diminuição das transferências de recursos para esporte nos municípios no ano de 2003, o ministro informou que o quadro já foi revertido. Em 2003, o repasse de verba da União e dos Estados para o esporte nos municípios foi menor do que em 2002. Ele explicou que o orçamento para 2003 foi feito em 2002, quando o Ministério do Esporte ainda era uma secretaria e não havia previsão de aumentar os investimentos na área. "O ano de 2003 foi o ano da transição e também de uma profunda crise econômica, mas já revertemos a situação".

"Já identificamos que quanto maior o investimento no esporte, maior é o desenvolvimento humano. Um exemplo é São Caetano do Sul, em São Paulo, aonde os investimentos em esporte chegam a 3% do orçamento público e a cidade tem um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Com isso mostramos a correlação direta da necessidade de investimento na área do esporte para melhorar a qualidade de vida", disse.