Brasília, 24/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participou hoje (24) em Caracas, na Venezuela, de um seminário sobre Integração Financeira, que reuniu dirigentes dos bancos centrais da América Latina e do Caribe na discussão de ações que possam aprofundar as relações de política monetária, operações de mercado aberto e desenvolvimento de mercados de crédito domésticos que favoreçam especialmente pequenas e médias empresas.
O enfoque central do encontro, de acordo com a assessoria do Banco Central, foi o incremento de investimentos necessários para o aumento dos fluxos comerciais na região, uma vez que existe determinação de presidentes de alguns países do continente no sentido de viabilizar a complementaridade das economias, com maior interação na busca do interesse comum.
Essa vontade política marcou, por sinal, a declaração dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, quando do encontro dos três, na Granja do Torto, em Brasília, há dois meses, para impulsionar as relações entre seus países e os demais membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
Em atendimento a recomendação da Aladi, os presidentes determinaram na ocasião que os bancos centrais do Brasil, Argentina e Venezuela deveriam se reunir pelo menos uma vez por semestre, juntamente com os dos países vizinhos para "afinar" a sintonia entre eles e as agências de desenvolvimento da região. Tanto que o encontro de hoje foi organizado pelo Banco Central venezuelano em articulação com a Cooperação Andina de Fomento (CAF).
Iniciativas dessa natureza têm recebido muitas manifestações de apoio de organismos governamentais e de agências de desenvolvimento que insistem na criação de um mercado comum regional na área financeira, contemplando os setores bancário, de seguros e de mercado de capitais. É o que prega, por exemplo, o economista-chefe do Departamento de Pesquisas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Eduardo Lora, para quem o desenvolvimento da estrutura institucional e do sistema regulador na região constitui "pré-requisito fundamental" para o fortalecimento das economias.
Ele defende ainda que a integração tributária poderá contrabalançar a tendência de alguns países competirem por investimentos estrangeiros diretos à custa de tratamento fiscal especial, o que desgasta a base fiscal.