Inflação quinzenal tem queda e fica em 0,37%, constata IBGE

24/03/2006 - 10h53

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), relativo ao mês de março ficou em 0,37%, abaixo dos 0,52% registrados em fevereiro. O resultado acumulado nos 12 meses encerrados em março foi de 5,49%.

Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Especial (IPCA-E) para o primeiro trimestre de 2006 fechou em 1,41%. O IPCA-E totaliza as taxas do IPCA-15 obtidas em três meses. No mesmo período do ano do passado, o IPCA-E havia fechado em 1,78%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, a queda do IPCA-15 de março teve como causa principal a redução do impacto das mensalidades escolares, que no mês de fevereiro tinha sido de 5,38%.

Também contribuíram para a queda da taxa deste mês os preços de alguns itens de consumo como artigos de vestuário que com as promoções apresentaram queda de 0,11%, e os aparelhos de TV, som e informática, cujos preços caíram 1,75%.

Os alimentos tiveram redução de 0,08%, menos expressiva do que a observada no mês de fevereiro (-0,40%). Continuaram em queda os preços de produtos como feijão preto, tomate, carnes e frango. As frutas, que haviam aumentado de preço em fevereiro, tiveram seus preços reduzidos no mês de março. Os alimentos que ficaram mais caros foram o feijão carioca e o açúcar refinado.

Os combustíveis continuaram exercendo forte pressão sobre o índice. O consumidor passou a pagar 7,69% a mais pelo litro do álcool. A gasolina, pressionada pela alta do álcool, ficou 2,17% mais cara. Foram as duas maiores contribuições individuais no índice do mês de março (0,10 ponto percentual em cada um dos itens). Este ano, o álcool já acumula alta de 24,38%, e a gasolina, de 3,55%.

O maior índice regional foi registrado em Curitiba (0,61%), puxado pelo aumento de 4,73% na gasolina. O mais baixo foi o de Belém (0,10%).

Os preços para cálculo do IPCA-15, foram coletados de 11 de fevereiro a 14 de março e comparados com os vigentes de 14 de janeiro a 10 de fevereiro. O índice mede a variação nos gastos de famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A pesquisa é realizada com a mesma metodologia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), adotado pelo Banco Central para fixar as metas oficiais da inflação. A diferença entre os dois índices está no período de coleta dos preços. Enquanto o IPCA diz respeito ao mês civil, o IPCA-15 considera os preços da segunda quinzena do mês anterior até o final da primeira quinzena do mês de referência da taxa.