Milena Assis
Da Agência Brasil
Brasília - A expansão do Programa Farmácia Popular cria condições de estruturação no setor, na medida em que envolve a farmácia e faz com que o cidadão encontre o produto onde está acostumado a comprar a um preço acessível. A afirmação foi feita hoje (24) pelo presidente executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Ciro Mortella, ao participar, em São Paulo, do Seminário de Política Nacional de Medicamentos.
Em entrevista à Rádio Nacional AM, Mortella disse que o programa vai ter reflexos positivos, pois permitirá que pessoas com hipertensão e diabetes, doenças presentes em grande parte da população brasileira, tenham acesso a medicamentos mais baratos. "Esse programa é uma das melhores iniciativas que tivemos nos últimos anos na área de saúde. E todos nós temos de trabalhar para que funcione, porque é de interesse do paciente, da indústria, de todos nós."
Mortella destacou que o cidadão tem dificuldade para comprar remédios porque o salário é baixo. "Ou nós facilitamos o acesso da população, através da melhoria da renda ou através de programas como esse, que foi anunciado ontem (23), que cria condições de redução no preço de compra e através do fortalecimento do SUS [Sistema Único de Saúde]", acrescentou.
Segundo o presidente da Febrafarma, é preciso garantir a destinação de recursos adequados à saúde, para que o programa Farmácia Popular possa sobreviver e ser aperfeiçoado. Além disso, Mortella ressaltou que a indústria farmacêutica tem discutido com o governo para ver outras iniciativas que melhorem o SUS. "Inclusive a ampliação" do sistema, disse ele.
De acordo com Mortella, uma das principais discussões no seminário é como a inovação da indústria farmacêutica pode contribuir para ampliar o acesso da sociedade aos medicamentos. Para ele, o país precisa de políticas nacionais abrangentes e também de distribuição, que dêem condição de trazer as pessoas para o mercado de trabalho para que tenham condições de consumir. "Tudo isso precisa ser feito nos marcos do SUS, que prevêem a universalidade e integralidade de todos os serviços e bens de saúde à sociedade."
Ele disse ainda que o desafio não é do governo e do setor privado, mas da sociedade brasileira como um todo. "Precisamos trabalhar muito e por muito tempo, para que a gente possa colocar o país onde ele merece ficar e a população ser atendida como precisa e merece ser atendida".