Bianca Paiva
Da Agência Brasil
Brasília – Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) apontam que os programas de transferência de renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ((MDS) estão no caminho certo. A opinião é do secretário de Avaliação e Gestão da Informação do ministério, Rômulo Paes. De acordo com ele, o estudo mostra que programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada têm atendido as pessoas mais pobres, com menos escolaridade, e que moram em domicílios com infra-estrutura precária.
"Os programas estão chegando aonde precisam chegar. Essa primeira notícia é estimuladora para o ministério porque mostra que estamos no caminho certo", disse Paes.
Em entrevista à Rádio Nacional, o secretário destacou outra questão levantada pelo Pnad: o fato de que os chefes de família que recebem os benefícios não se acomodaram e continuam trabalhando. "Mostra que são trabalhadores pobres, quem entram cedo no mercado de trabalho e saem tarde dele e que, em média, trabalham mais que aqueles que não recebem o benefício. O benefício não acomoda esses trabalhadores, pelo contrário, eles continuam trabalhando muito", afirmou.
Umas das condições para que as famílias recebam os benefícios é manter seus filhos na escola. Segundo Paes, a pesquisa também revelou "que esses programas são importantes para manter as crianças na sala de aula e fazer com que elas cheguem com um estímulo maior nas escolas". Ele falou ainda que, hoje, 91% das crianças beneficiárias do Bolsa Família estão na escola.
O secretário afirmou que "o governo está muito próximo de atingir a totalidade das famílias que necessitam do programa. "Nós temos cerca de nove milhões de famílias inscritas no Bolsa Família e chegaremos, em breve, a 11,1 milhões que corresponde a totalidade das famílias que necessitam do benefício", informou.
Rômulo Paes disse também que "o Brasil vai experimentar, ainda este ano, uma situação inédita e singular: todas as pessoas terão renda". Para ele, não há outro modelo como o do Bolsa Família para garantir que todas as famílias tenham direito à alimentação e a uma renda mínima.
"Vários organismos mundiais como o Banco Mundial, Banco Interamericano, FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura], a Organização das Nações Unidas têm apontado o Brasil como uma referência internacional para países desenvolvidos e em desenvolvimento", contou Paes. "Temos sido muito solicitados por vários países, como Indonésia e Egito, que estão interessados em conhecer o modelo brasileiro de política social para combater a fome e a pobreza."