Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), Benedito Macedo, disse acreditar que a expansão do programa Farmácia Popular a estabelecimentos privados não vai reduzir de maneira significativa o problema da falta de medicamentos entre a população de baixa renda.
Com a ampliação do programa, cerca de 1,2 mil farmácias e drogarias privadas vão vender remédios por preços até 90% menores que os cobrados no mercado. Inicialmente, serão oferecidas cerca de 200 apresentações de medicamentos para hipertensão e diabetes, com oito princípios ativos.
Mas, para Macedo, em vez firmar parcerias com o setor privado, o governo deveria investir mais na distribuição gratuita de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Queremos soluções com decisões muito bem regulamentadas para a falta de medicamentos".
Na opinião do presidente da Cobap, um dos riscos do novo sistema é os usuários não encontrarem na farmácia o item indicado na receita médica. "O balconista diz que o remédio está em falta e oferece outro mais caro. E quem precisa do medicamento se torna presa fácil e adeus à queda de 90% no preço".
Benedito Macedo disse ainda que o governo poderia ter feito convênios com entidades de aposentados, para que elas implementassem farmácias populares nos municípios. "Aí, com certeza, teríamos uma linha auxiliar do governo e não iria ocorrer o que está acontecendo hoje, que é a desorganização e a falta de remédios nas prateleiras".