CNBB critica clima de acusações infundadas e lentidão da Justiça no país

24/03/2006 - 17h08

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Antônio Celso de Queiroz, criticou hoje (24) o que chama "um clima de ‘disse-que-disse’, no país". Segundo ele, esse período de acusações já dura mais de um ano, "enquanto o povo está torcendo para que tudo acabe e que essa página seja virada, para se começar a construir um mundo novo".

Queiroz disse que "há muita lentidão nas investigações sobre quem tem culpa ou não e, no final, fica tudo no campo da suposição". Além disso, explicou "em todas as reuniões da CNBB é mencionada a necessidade da luta contra a corrupção; o que não pode é paralisar o país por conta do clima permanente de investigação".

O vice-presidente da entidade afirmou ainda que "o próximo governo precisa cuidar mais do social, pois o país no momento está mais preocupado com o pagamento de juros e com a estabilidade do sistema financeiro". Dom Odilo Queiroz criticou a preocupação do governo de pagar juros da dívida externa e disse que "está previsto na Constituição fazer auditoria sobre a dívida, o que nunca foi feito.

A CNBB vai lançar em 3 de abril uma cartilha de orientação ao eleitor. A entidade quer conscientizar o cidadão sobre "a responsabilidade do voto e a liberdade de cada um de votar em quem quiser, sem se deixar levar pela persuasão". O eleitor, para a CNBB, tem que saber do seu papel na promoção do bem comum.

O secretário geral da entidade, dom Odilo Pedro Scherer, afirmou que, olhando o cenário do Brasil de hoje, "pode-se constatar que houve alguma melhora, mas é preciso reforçar, no seu entender, a solidariedade social".