Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem (14), por 9 votos a 5, o parecer que recomenda a cassação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Autor do parecer, o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), classifica como "imprevisível" o resultado da votação no plenário da Casa, que pode confirmar ou não a perda de mandato.
"Considerando os últimos acontecimentos, não sei o que vai acontecer. O que me importa é que agi de acordo com as minhas convicções. O que vai acontecer eu não sei responder", disse Schirmer, hoje (15), em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.
De acordo com o parlamentar gaúcho, o parecer favorável à cassação de João Paulo Cunha se baseou em questões apresentadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, analisadas na Corregedoria da Câmara. Teriam sido três os fatos que originaram a representação.
"O deputado teria recebido por meio da esposa R$ 50 mil da SMP&B do empresário Marcos Valério de Souza. As versões apresentadas foram se modificando ao longo do tempo. Além disso, durante a gestão dele na presidência da Câmara, houve a contratação dessa mesma empresa em um contrato de R$ 10 milhões, acusado de irregulares", apontou Schirmer.
O deputado do PMDB lembrou que, se as apurações do conselho indicam a comprovação de recebimentos de recursos, tanto de mensalão como de caixa dois, esses fatos são suficientes para a recomendação ao plenário da Câmara da cassação do deputado envolvido.