Morador diz que Rocinha está acostumada com policiamento, mas faltam escolas e postos de saúde

15/03/2006 - 13h30

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - A presença de militares do Exército não alterou a rotina dos moradores da maior favela da cidade do Rio de Janeiro, disse hoje (15) o presidente da Associação de Moradores da Parte Baixa da Rocinha, Sebastião Filho.

Em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Sebastião Filho explicou que os moradores da Rocinha já estão acostumados com esse tipo de operação, do Exército ou da Polícia Militar, mas o que falta são postos de saúde e escolas.

"Já estamos bastante acostumados com essas ações. E tudo que acontece aqui, dentro da Rocinha, a gente já encara com normalidade", disse. O presidente da associação cobrou uma presença maior do poder público dentro da comunidade, principalmente com escolas e postos de saúde, serviços que, segundo ele, os moradores mais precisam. Ele estimou que a parte baixa da Rocinha concentra atualmente uma população de cerca de 75 mil pessoas.

O Exército ocupou a comunidade no fim da manhã desta terça-feira com cerca de 200 soldados, com o apoio de 30 veículos, inclusive blindados, e dois helicópteros. O objetivo foi procurar as armas roubadas de uma de suas unidades, no dia 3 de março. No começo da noite do mesmo dia, os militares se retiraram da Rocinha com os 10 fuzis e uma pistola, achados num matagal.