Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - A realização da Farra do Boi, em municípios do litoral de Santa Catarina, é considerada uma afronta às leis brasileiras pelas entidades de proteção aos animais. A diretora da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA – sigla em inglês), Elizabeth MacGregor, defende que a tradição popular seja combatida por configurar ato de crueldade contra animais.
Para protestar contra a festa, quando bois são alvo de maus-tratos e, em geral, acabam mortos na fuga dos agressores, organizações de proteção animal realizam hoje (15) manifestações em 14 municípios do país.
No Rio de Janeiro, haverá distribuição de folhetos e exposição de cartazes na Cinelândia, centro da cidade. As organizações de proteção animal do país prometem entrar com uma representação no Ministério Público Federal para pôr fim à prática no Brasil.
Segundo Elizabeth MacGregor, uma pesquisa realizada em Santa Catarina apontou que a maioria da população do estado abomina a prática. "Só algumas comunidades pequenas continuam fazendo isso. O governo estadual precisa coibir esta vergonha", acredita MacGregor.
A diretora da WSPA diz, ainda, que a farra traz riscos para quem acompanha os maus-tratos: "Todo ano, pessoas são feridas, levam chifradas dos bois que ficam desesperados, além de haver invasão de hotéis e destruição de carros com a passagem dos farristas bêbados".