Rio, 15/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Eletrobrás deve concluir, até sexta-feira (17), o programa de solução de médio prazo para as empresas de distribuição federalizadas, que será apresentado no próximo dia 22 ao Conselho de Administração da estatal, em Brasília. A informação foi dada hoje (15), na sede de Furnas Centrais Elétricas, pelo presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos.
As empresas federalizadas são as distribuidoras estaduais que foram preparadas para privatização e não despertaram interesse dos investidores. Por isso, são administradas pela Eletrobrás, que pretende melhorar seu quadro econômico-financeiro, visando a uma futura desestatização. As federalizadas causaram à Eletrobrás prejuízo de R$ 425 milhões, em 2004, segundo dados fornecidos pela assessoria de imprensa da holding do grupo Eletrobrás. Os dados referentes ao exercício de 2005 ainda não foram divulgados.
Vasconcelos disse que as empresas federalizadas são consideradas "investimento temporário" da Eletrobrás. Ele reconheceu que é um caso de difícil solução, uma vez que sua gestão engloba os componentes gerencial, técnico, financeiro e político. Houve, entretanto, alguns avanços, como queda nas perdas elétricas e redução da inadimplência, informou. A Eletrobrás parou de enviar para essas empresas, desde outubro do ano passado, o chamado adiantamento ao futuro aumento de capital e, agora, trabalha no plano de ação e saneamento financeiro.
Segundo Vasconcelos, o plano não é nenhuma "tenda dos milagres". Trata-se de um "programa sério, correto, obstinado, técnico, que tem desde o contrato de gestão até a medição de índice gerencial". O programa prevê também a fixação de metas para perdas e dos índices de inadimplência considerados aceitáveis pela Eletrobrás e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Vasconcelos informou que o plano será apresentado ao conselho em três níveis, que incluem choque de gestão, plano de saneamento financeiro e etapas detalhadas. Ele disse que, depois da aprovação pelo conselho, que é presidido pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, vai convocar a imprensa para fornecer as explicações necessárias sobre o programa.
As empresas federalizadas são a Companhia Energética de Alagoas (Ceal); a Companhia Energética do Piauí (Cepisa); a Companhia Energética do Amazonas (Ceam); a Manaus Energia; a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre) e a Centrais Elétricas de Rondônia(Ceron). De acordo com Vasconcelos, existe uma proposta de fusão da Ceam com a Manaus Energia, controlada da Eletronorte.
