Rio, 15/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Luís Hiroshi Sakamoto, defendeu hoje (15) a construção da usina nuclear de Angra 3 como forma de garantir o suprimento energético no país.
Segundo Sakamoto, as usinas nucleares em atividade em todo o mundo conseguem evitar a emissão para a atmosfera de dois bilhões de toneladas anuais de CO2 (dióxido de carbono), causador do chamado efeito estufa. "O uso da energia nuclear é a única forma de gerar energia no mundo", disse ele, ao participar de seminário em Furnas Centrais Elétricas.
Sakamoto afirmou que o Brasil tem competência e está pronto para fazer Angra 3. Para ele, é preciso haver mais usinas para geração de energia. "E, obviamente, Angra 3 é uma das candidatas". O adiamento da decisão sobre a usina nuclear para até 2007, segundo o plano decenal divulgado ontem (14) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), leva em consideração várias outras alternativas energéticas, ressaltou.
O diretor da Eletronuclear lembrou que Angra 3, como uma obra já iniciada, apresenta algumas vantagens. Uma delas é o fato de considerar no custo os gastos já efetuados. "O que já foi pago, está pago. E nós vamos considerar o empreendimento daqui para a frente", explicou Sakamoto. Esse entendimento leva a concluir que a usina de Angra 3 é competitiva em termos de custos em relação às demais unidades no mundo.
Até agora, na parte de equipamentos já adquiridos e armazenados para Angra 3, foram gastos US$ 750 milhões. Segundo Sakamoto, para concluir a obra, seriam necessários mais US$ 1,8 bilhão.
Segundo Sakamoto, as duas usinas atualmente em operação, que são Angra I e II, ambas localizadas no município de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, respondem pela geração de 40% do consumo de energia do Estado do Rio. Com Angra III, ele acredita que esse percentual poderá subir para 70%.
Durante o seminário, o presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, afirmou que a usina de Angra 3, construída ao lado do centro do sistema de energia do Sudeste, dá segurança. "A decisão mostrada no plano decenal apresentado ontem pela Empresa de Pesquisa Energética de que nós vamos construir Angra 3, para Furnas, dá mais segurança no abastecimento de energia", afirmou.