Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "O depoimento de hoje, tanto o aberto quanto o fechado, não acrescentou em nada para a CPI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito] dos Correios. Durante todo o tempo, Duda Mendonça continuou com a justificativa de que foi instruído por seus advogados a manter-se em silêncio para não prejudicar a sua defesa", disse o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
O depoimento a portas fechadas do publicitário Duda Mendonça à CPMI dos Correios durou pouco mais de uma hora e terminou por volta das 18 horas. Delcídio disse que Duda continuou sem responder sequer a uma pergunta dos quatro integrantes (presidente da CPMI, relator e sub-relatores) que o interrogaram em sessão fechada.
O presidente da CPI afimrou que a atitude do publicitário pode abrir uma série de precedentes nas próximas CPIs que vierem a ser instaladas no Congresso Nacional. Ele disse que jamais viu um depoente, "até mesmo os mais condenáveis", agirem como fez hoje Duda Mendonça: se negar a responder toda e qualquer questão. "Essa atitude é grave, pois pode passar às pessoas que quem tem o direito ao silêncio é quem tem condições de contratar um bom advogado", disse.
Duda Mendonça prestou hoje depoimento à CPMI dos Correios protegido por habeas corpus preventivo, concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o que lhe assegurava o direito de se manter em silêncio sempre que suas declarações pudessem lhe incriminar.