CUT considera ''conquista histórica'' a abertura da gestão do Sistema S

15/03/2006 - 15h13

São Paulo, 15/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A abertura da gestão do Sistema S para os trabalhadores, que será decretada amanhã (16) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é considerada uma conquista histórica pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). A medida criará mais de 300 vagas para sindicalistas nos conselhos nacional, fiscal e regional do Sesi, Senai, Sesc, Senac e demais instituições do sistema, controlados por representantes dos empresários.

A gestão compartilhada do Sistema S é uma reivindicação antiga do movimento sindical, negociada há cerca de dois anos entre entidades, governo e sindicalistas. Segundo o secretário nacional de Formação da CUT, José Celestino Lourenço, os recursos do Sistema são públicos e isso exige a participação da sociedade na gestão. "Esse conselho tem que ser tripartite e paritário. Para isso, constituiremos junto com as outras centrais sindicais um grupo que possa contribuir na gestão administrativa e na gestão político-pedagógica, para inclusive avançar nesse processo", disse.

Ele enfatizou que as centrais não têm a intenção de executar a formação, mas sim de contribuir com a experiência que têm no âmbito da educação dos trabalhadores: "Nós defendemos que a educação dos trabalhadores tenha uma perspectiva de educação integral, com educação formal, profissional, e a formação para a cidadania. Com isso, os trabalhadores terão também a capacidade de fazer a leitura do mundo, atuar nele e não ser meros contribuintes no processo produtivo para melhoria da competitividade".

Para Celestino, a abertura atenderá a todas as reivindicações dos sindicalistas, desde que as ações de todas as partes sejam completamente transparentes. Mas ele ainda defende a paridade, para que os sindicalistas discutam todas as questões com igualdade numérica: "Se ainda não conseguimos essa paridade, com certeza continuaremos o debate por uma representação igual, do governo, dos empresários e dos trabalhadores". O sindicalista explicou ainda que a transparência é importante para que os trabalhadores conheçam o sistema a fundo, o que elevaria seu nível de contribuição.

A CUT, acrescentou, contribuirá também na certificação profissional. "Nós consideramos que o trabalhador tem conhecimento e que ele deve ser reconhecido não na ótica da certificação da competência pura e simples – nós também queremos trabalhadores competentes, mas que isso não cause possibilidade de desemprego a eles", disse.