Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A integração energética da América Latina e do Caribe está vinculada à atuação da Petrobras. A estatal investiu no Brasil e no exterior cerca de R$ 25,7 bilhões em 2005. Segundo o assistente da diretoria executiva do Comitê Brasileiro do Conselho Mundial da Energia, Antonio Carlos Salmito, a perspectiva do setor no continente passa pela Petrobras porque houve uma grande expansão da empresa nos últimos anos.
A situação da empresa brasileira e a integração energética serão debatidas no Fórum Regional do Conselho Mundial da Energia, que ocorre a partir de amanhã (2) pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. O conselho é uma entidade mundial de consumidores, produtores e pesquisadores de todas as formas de energia com o objetivo de analisar e recomendar uso e abastecimento sustentável para a população.
Salmito revelou que serão feitos estudos que mostrem a melhor alternativa do ponto-de-vista de cada país latino-americano e caribenho para que haja essa integração energética. A decisão sobre essa integração foi tomada pelo Conselho Mundial no ano passado, em Colombo, no Sri Lanka, durante a Assembléia Executiva da entidade. Um segundo encontro em Lima, no Peru, em novembro de 2005, reafirmou essa necessidade.
Antonio Carlos Salmito disse que agora, no Fórum Regional, será iniciado o estudo da integração energética do continente que parte de um fato concreto, que é a expansão da Petrobrás em toda a América do Sul. Salmito admitiu que a parceria da Petrobrás com outras empresas do setor na América Latina e Caribe pode ser uma dessas alternativas "porque hoje a Petrobrás é uma empresa multinacional que adquiriu grande importância em todo o mundo".
Os dados de 2005 da Petrobras, encaminhados para apreciação e aprovação do Ministério de Minas e Energia, indicam que a produção total de petróleo e gás no Brasil e no exterior cresceu 10%, em relação ao ano anterior; a de óleo registrou aumento de 13%; e a carga fresca de petróleo processado nas refinarias da petrolíferas atingiu 1,7 milhoes de barris/dia – também um recorde anual.
Durante o Fórum, será divulgado pelo Conselho Mundial da Energia um relatório sobre Energia e Pobreza na América Latina que mostra como a energia auxilia na redução da pobreza. "São três casos diferentes, feitos a partir de trabalhos realizados nas cidades do Rio de Janeiro (Brasil), Caracas (Venezuela) e Buenos Aires (Argentina), com apoio do Banco Mundial (Bird)", destacou o pesquisador.