Comandante diz que sem-terra depredaram viatura da PM na fazenda Coqueiros

01/03/2006 - 16h46

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre – Um carro da Polícia Militar gaúcha foi depredada ontem (28) durante ação na fazenda Coqueiros, ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse o comandante regional da Polícia Militar em Passo Fundo, coronel Waldir dos Reis Cerutti. Segundo ele, o carro teve os quatro pneus cortados e foram retirados celulares e o rádio transmissor dos oficiais. "Uma viatura que estava fazendo patrulhamento foi abordada e escreveram MST em cima", disse.

A fazenda de 7 mil hectares é uma das maiores do estado e já havia sido ocupada pelo movimento outras duas vezes. Após sobrevoar a fazenda hoje (1º), Cerutti disse que os colonos ocuparam 15 hectares da propriedade e já construíram 200 barracos "utilizando madeira da serraria da área".

O comandante Cerutti disse que o grupo chegou ontem em 60 ônibus, 35 caminhões e 20 carros, provenientes de acampamentos montados em Sarandi, Pontão, Não me Toque e Nonoai. De acordo com um dos coordenadores do MST do Rio Grande do Sul, Edenir Valssoler, a ocupação ocorreu porque os acordos firmados entre o movimento e os governos estadual e federal não foram cumpridos. Também, segundo ele, porque, na última quinta-feira (23), a maioria das famílias que participam da ocupação foram despejadas de um acampamento, localizado nas margens da rodovia RS 406, no município de Nonoai.

Felix Tubino Guerra, proprietário da fazenda que fica em Coqueiros do Sul, na região Norte gaúcha, disse que solicitará ainda hoje a reintegração de posse. Caso seja decretada uma ordem judicial para retirar os colonos da propriedade, Cerutti estima que serão necessários mais de 500 policiais para a operação.