Daniel Merli
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dívida externa brasileira vem caindo nos últimos anos, enquanto a dívida interna vem subindo. "Quando se somam os dois movimentos, a proporção da dívida pública continua mais ou menos a mesma coisa que nos últimos anos", compara o economista Reinaldo Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do livro Brasil Endividado. Gonçalves considera que a melhor forma de medir o endividamento do governo é a proporção da dívida pública com o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país.
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Em 2002, a relação dívida total representava 55% de todas as riquezas do país. Em 2004, a relação caiu para 51,8%. Gonçalves avalia que a melhora é resultado da queda da cotação do dólar – que reduz o peso da dívida externa. Alerta que, enquanto a relação dívida pública externa/PIB caiu – de 16,2%, em 2002, para 10,7%, em 2004. Mas a dívida pública interna aumentou diante do PIB: de 41,2% para 44,3%.
Há um "duplo movimento" do governo federal diante da dívida externa, segundo o economista. De um lado, pagamento de títulos antigos, por outro lado, o lançamento de papéis novos. Mesmo assim, tem conseguido reduzir sua dívida externa, afirma o professor. Mas a "interna está fora de controle", afirma.