Aprovação do ZEE de Rondônia é comemorada por setor madeireiro e governo estadual

23/02/2006 - 14h28

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – A aprovação do zoneamento ecológico-econômico (ZEE) de Rondônia pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ontem (22), foi comemorada pelo governo estadual e pelo setor madeireiro, e ambientalistas apontaram algumas ressalvas. Cerca de 90 mil proprietários rurais que desmataram mais do que lei permite poderão regularizar sua situação, desde que se comprometam a reflorestar em 30 anos metade de seus terrenos. Antes, eles seriam obrigados a fazer a recuperação ambiental de 80% de suas propriedades.

"Uma nova fase na história de Rondônia está começando, com regras claras, definidas, do que pode ou não ser feito", declarou o secretário estadual de Desenvolvimento Ambiental, Augustinho Pastore. De acordo com ele, a discussão do zoneamento no estado vinha se arrastando há 12 anos.

"Essa aprovação é uma coisa boa para o produtor rural, para o pecuarista. Agora teremos possibilidade de agilizar as questões relativas aos planos de manejo", avaliou o presidente da Associação de Extratores de Tora e Indústria Madeireira de Rondônia (Atimer), José Pinheiro.

"Algumas cooperativas que já estão dentro da área de desmatamento vão poder dar seqüência às suas ações. As pessoas que realmente trabalham no campo, na agricultura, terão mais liberdade", opinou o presidente da organização não-governamental (ONG) ambientalista Rio Terra, que faz parte da Rede Grupo de Trabalho Amazônico (Rede GTA), Alexis Bastos. "Mas eu vejo essa aprovação com um pouco de temor. Que mecanismos o governo vai ter para garantir que o reflorestamento realmente aconteça?"