Área patrulhada por soldados brasileiros no Haiti não teve mortos, dizem militares

08/02/2006 - 11h19

Aloisio Milani
Enviado especial

Porto Príncipe (Haiti) – Responsáveis por acompanhar 88 pontos de votação na capital Porto Príncipe e outros 26 no interior do país, as tropas brasileiras se surpreenderam com o número de eleitores presentes nas urnas para escolher novos representantes no Congresso e o nome do futuro presidente da República. Segundo os militares, não houve registro de incidentes graves na área patrulhada pelo Brasil ontem (7).

"Nos surpreendeu a quantidade de gente que foi na votação. Em vista do atraso na abertura de algumas sessões eleitorais, houve muitas filas e esse excesso nos gerou preocupação. Mas não tivemos problemas graves. Conseguimos cumprir a missão", disse o comandante do Batalhão de Infantaria de Força de Paz, coronel Luiz Augusto Santiago. O Conselho Eleitoral Provisorio estima que 80% dos eleitores cadastrados foram as urnas.

Na área sob responsabilidade do Brasil, dois centros eleitorais tiveram problemas e o início da votação atrasou até o final da manhã. Um deles estava montado ao norte de Delmas e, o outro, de Saint Gerard, ambos na capital. Neste último, os soldados brasileiros chegaram a atirar para o alto para conter o tumulto por causa do excesso de filas. Na zona rural de Porto Príncipe, em Croix de Rouge, os brasileiros também usaram gás lacrimogênio para dispersar um confusão no centro eleitoral. Não houve feridos, segundo os militares.

Todos os 1.050 soldados brasileiros acompanharam o processo eleitoral no Haiti. A responsabilidade por distribuir as cédulas de votação, listas de votação e material para o uso dos mesários e chefes de seção foi a polícia internacional da ONU. Os militares têm a atribuição de escoltar e garantir a segurança dos centros eleitorais.