Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As vendas da indústria cresceram 2,03% durante o ano passado. O resultado é menor que o de 2004, quando o setor aumentou suas vendas em 15%. O crescimento menor foi apontado pela pesquisa Indicadores Industriais, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O secretário executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, considera que os motivos foram a alta taxa de juros e a valorização do real frente ao dólar.
Castelo Branco também considera que o crescimento das vendas em 2005 foi pouco em relação ao que se esperava. "Entramos 2005 com uma expectativa muito forte em face do crescimento de 2004. Ao longo do ano a economia foi esfriando e o desempenho final são números positivos, mas há um certo ar de frustração", afirmou.
Apesar do baixo desempenho da indústria, o mercado de trabalho não seguiu a tendência. A taxa de emprego em 2005 aumentou 4,18% em relação a 2004. Além disso, o poder de compra dos trabalhadores da indústria aumentaram 8,10% em comparação a 2004.
Segundo o economista da CNI, Paulo Mol, o trabalhador está conseguindo comprar mais por causa da queda da inflação. "Os salários em 2005 foram reajustados com um índice de inflação alto e como o que temos é uma inflação inferior ao reajuste dos salários, o poder de compra que se ampliou numa determinada hora não se perdeu. Essa diferença faz com que se tenha um ganho no poder de compra", comentou. Já para 2006, a expectativa é de uma expansão do emprego industrial, mas com uma taxa menor do que em 2005.
Em relação à indústria, a expectativa da CNI para 2006 é de que haja uma alta do crescimento industrial motivado pela queda dos juros. "A economia em 2005 foi afetada principalmente pela política monetária de 2004. O que travou e economia foi basicamente a alta taxa de juros. Esse foi o principal fator que provocou a alta do cambio e também provocou a desaceleração da economia. Caso a queda da taxa de juros se intensificar nesse início de ano, isso pode começar a trazer efeitos positivos principalmente para o segundo e terceiro trimestre de 2006", disse Castelo Branco.