Aloisio Milani
Enviado especial
Porto Príncipe (Haiti) – A deputada federal Maninha (Psol-DF) avalia que o Haiti pode ter novo ciclo de instabilidade política após as eleições gerais que serão realizadas amanhã (7). A parlamentar, que viajou como observadora internacional para o país, afirma que o pleito deveria ter sido organizado após uma etapa de investimentos internacionais para reconstruir o país mais pobre das Américas.
"A realização das eleições no Haiti é uma das etapas programadas pela ONU [Organização das Nações Unidas] para que o Haiti pudesse sair dessa situação desesperadora. O problema é que, anteriormente às eleições, as nações doadoras, especificamente os Estados Unidos, França, Canadá e Japão deveriam ter criado uma profunda mudança na situação econômica e social do Haiti, para que a realização das eleições culminasse com sendo a etapa posterior de transformar o Haiti numa democracia", disse ela à Radiobrás.
Para a deputada, o que acontece desde a chegada da missão de paz da ONU no Haiti é a situação oposta. "As eleições vão acontecer de fato, mas no meu entender pode ser um mesmo processo que já aconteceu no Haiti. Elege-se um presidente, esse presidente tem posse. As nações doadoras não fazem suas doações, o Haiti continua vivendo sua crise econômica e social e começa de novo o ciclo que não vai se romper. Podemos ter novamente a deposição de um presidente, podemos ter novamente a instalação da violência de forma brutal", afirma.
Os parlamentares que viajaram para o Haiti como observadores internacionais foram o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a deputada Maninha (Psol-DF), o deputado Zico Bronzeado (PT-AC), o deputado Chicão Brígido, e o senador Roberto Saturnino (PT-RJ). A missão acompanha os preparativos da eleição e vai dialogar com representantes e autoridades haitianas para avaliar a situação atual do país.