Tolmasquim diz que setor elétrico está preparado para o crescimento do país

03/02/2006 - 18h00

Rio, 3/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O setor elétrico brasileiro está preparado para um crescimento anual da economia brasileira da ordem de 5%, pelos próximos cinco anos, e não será um gargalo a impedir essa expansão. A garantia foi dada hoje (3) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ao anunciar que o crescimento de 4,6% no consumo de energia elétrica em 2005. O resultado é 0,1 ponto percentual inferior ao de 2004.

Segundo Tolmasquim, "historicamente, mesmo com a economia em alta, em geral o consumo não chega a ultrapassar os 5,1%. Nós, no entanto, estamos preparados para atender ao crescimento da economia. Pelo menos pelos próximos cinco anos, a oferta de energia elétrica será suficiente para fazer frente á expansão da economia".

O presidente da EPE ressaltou, porém, não haver uma relação direta entre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) e o do consumo de energia elétrica. "Quando o PIB cresce muito, não necessariamente a demanda por energia se expande na mesma intensidade. Não há uma proporcionalidade direta entre um crescimento e outro. Por outro lado, quando o PIB cresce pouco, a demanda por energia tende a acusar um crescimento proporcionalmente muito mais significativo", explicou.

O racionamento de energia elétrica imposto ao país em 2001, de acordo com Tolmasquim, alterou o padrão de consumo do brasileiro, que continuou a gastar menos energia: "A ligeira alta na demanda de energia está em padrões bem inferiores aos verificados antes da decisão do governo passado pelo racionamento do consumo".

Os dados da EPE indicam que no ano passado mais 1,7 milhão de residências foram ligadas à rede elétrica. Este incremento, no entanto, não alterou o consumo médio, que evoluiu de 140 KWh (kilowatts hora) por mês em 2004, para 142 KWh por mês no ano passado, em cada residência. Antes do racionamento, o consumo chegava próximo de 180 KWh por mês, segundo a empresa.