Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A investigação da denúncia de irregularidades no setor de informática do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgada hoje (3) pelo ministro Luiz Marinho, terá continuidade por meio de uma sindicância até o dia 20 de fevereiro. A investigação foi aberta no dia 9 de setembro de 2005 e foi prorrogada a partir de uma portaria do dia 20 de janeiro deste ano por recomendação da corregedoria do ministério.
"Tivemos o seguinte problema. O secretário-executivo [Alencar Ferreira] instalou uma sindicância e esse pessoal trabalhou, concluiu seu trabalho em novembro, só que a corregedoria do ministério, ao receber o processo e analisá-lo, chegou à conclusão que o resultado do processo era muito frágil. Não foram ouvidas todas as pessoas envolvidas", explicou o ministro do Trabalho.
O ex-secretário-executivo do Ministério do Trabalho Alencar Ferreira, que deixou a pasta nesta semana, estava entre os indicados na sindicância e não foi ouvido. "Foram indicadas várias pessoas. E apesar de indicadas, elas não foram ouvidas. Inclusive, o secretário-executivo não foi ouvido", diz Marinho. Ferreira teria assinado as contratações dos funcionários comissionados que, após a denúncia, foram exonerados. O ministério exonerou duas pessoas com cargo de confiança, afastou um servidor de carreira e oito funcionários terceirizados da empresa Politec.
"A corregedoria recomendou então que eu determinasse a continuidade da sindicância. Achei por bem dar continuidade à sindicância e solicitei à Corregedoria Geral da União (CGU) que indicasse um quadro para compor essa sindicância. E indiquei dois auditores do Ministério do Trabalho com experiência", disse o ministro ao enfatizar que determinou que a comissão fosse presidida por um técnico que não trabalha na sede do ministério. Segundo ele, a medida evitaria que houvesse qualquer dúvida ou favorecimento no caso.
A investigação da sindicância estaria concentrada em pessoas que trabalhavam no setor de informática e que teriam buscado contratações irregulares enquanto influenciavam no desenvolvimento do software Sigo, do programa Primeiro Emprego. Os funcionários do ministério e da prestadora de serviços Politec, segundo a denúncia, dificultavam a conclusão do software para obter vantagens.