Sem-tetos de Taboão da Serra (SP) se reúnem com governos estadual e municipal para evitar despejo

03/02/2006 - 14h32

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Na próxima segunda-feira (6), representantes dos governos estadual de São Paulo e municipal de Taboão da Serra e da comunidade sem-teto Chico Mendes se reúnem novamente para decidir o destino das famílias que há quatro meses ocupam uma área naquele município. O encontro vai acontecer às 10 horas no escritório regional da Secretaria estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, no centro do município de Osasco, na Grande São Paulo.

"Apesar de ainda existir a ameaça de despejo a situação no acampamento é tranqüila", disse à Agência Brasil a coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Helena Silvestre. Ela explicou que o grupo solicitou ajuda junto ao Ministério Público para que fosse protelada a ação de reintegração de posse. "Mas por enquanto ainda não houve o parecer favorável da Justiça".

Ontem (2), representantes dos sem-teto foram recebidos pelo chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fernando Padula, após promoverem uma manifestação e ocupação de parte das instalações do local. No encontro, foi decidido que a busca de uma solução será discutida, nessa reunião marcada para a próxima segunda-feira. Hoje, existem 890 famílias acampadas na comunidade Chico Mendes. De acordo com Helena, nos últimos dias foi feito um recadastramento para apurar a situação das moradias e se constatou haver um número maior do que o existente até o início de janeiro, quando o pleito era para 860 famílias. Outras 30 foram inseridas na lista.

Também houve alteração no total de famílias no quadro de atendimento de urgência, que passaram de 200 para 250. Ou seja, desde que surgiu a ameaça de despejo, o MTST luta para arrumar local de acomodação para os sem-teto sem nenhuma alternativa de abrigo em caso de retirada do acampamento. Até agora, só conseguiu a oferta de uma bolsa-aluguel da Prefeitura de Taboão da Serra, mas que atende a apenas 100 famílias. Moradias para toda a comunidade estão previstas no plano de habitação da Caixa Econômica Federal (CEF).

"Nem sabemos ainda de direito onde essas casas serão erguidas, talvez a escolha seja em área situada na divisa com São Paulo, no bairro do Campo Limpo", afirma Helena ao expressar a necessidade de uma solução urgente para os acampados. Ela acredita que pelo menos até a próxima quarta-feira não haja ocorra o cumprimento judicial na ação de despejo.