Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Cerca de 300 famílias de trabalhadores rurais ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fazem hoje (3) ato público no centro do município de Gameleira, na Zona da Mata de Pernambuco. Participam do ato representantes de entidades de Direitos Humanos, parlamentares federais e estaduais, estudantes e líderes sindicais.
Eles vão protestar contra o pedido de prisão preventiva expedido na última quarta-feira (01) pelo juiz substituto da comarca do município, Antônio Carlos dos Santos, contra cinco líderes do MST, incluindo o coordenador estadual do movimento, Jaime Amorim. Apenas um trabalhador foi detido até agora e encaminhado ao presídio de Palmares, a 125 quilômetros da capital pernambucana.
Os agricultores são acusados de praticar sete crimes, incluindo invasão de propriedade privada, destruição de patrimônio e formação de quadrilha, durante tentativa de ocupação do engenho Pereira Grande, da Usina Estreliana, ocorrida em novembro do ano passado.
De acordo com Joba Alves, da coordenação estadual do MST, as acusações são infundadas. Ele disse que na área, já declarada improdutiva e desapropriada pelo governo federal, deveriam ser assentadas 150 famílias. Elas esperam, em acampamentos de lona, a posse definitiva da terra há cerca de quatro anos.
A emissão de posse do engenho foi ajuizada na Justiça Federal no dia 5 de outubro de 2005, mas uma liminar impetrada pelos proprietários do imóvel impediu que o ato fosse concretizado. A procuradoria do Incra recorreu da decisão, mas até agora não obteve nenhum resultado.
Os advogados do MST vão solicitar ainda hoje (3) a revogação dos pedidos de prisão dos líderes do movimento à juíza Dulciana Maciel e ao promotor Waldir Mendonça, no fórum de Gameleira.