Spensy Pimentel
Enviado especial
Caracas (Venezuela) – Militantes sociais ligados ao movimento pela saúde pública estão pedindo ao comitê organizador do Fórum Social Mundial que o tema seja incluído como um dos eixos principais de debate na próxima edição do evento, em Nairobi (Quênia), em janeiro de 2007. "A proposta é denunciarmos todos os impeditivos que estão sendo colocados ao direito à saúde. Com a privatização e a omissão dos Estados, estão se produzindo em todo o mundo muitos danos e restrições", diz o ativista italiano Nicola Delussu.
Ele foi um dos coordenadores do Fórum Mundial de Saúde, um dos eventos que integraram o 6º Fórum Social Mundial, encerrado ontem (29) na capital venezuelana. Nessa mobilização, os mais de mil participantes do evento, segundo Delussu, acordaram realizar este ano uma Jornada Mundial pelo Direito a Saúde no dia 7 de abril, que deve marcar uma mobilização internacional, esperam os militantes.
Segundo o ativista, também será organizado um Tribunal Internacional pelo Direito a Saúde. "Para nós, os governos que se omitem em relação ao direito à saúde podem ser acusados de promover uma espécie de genocídio", avalia. "Se, em alguns países, pode se condenar alguém por dirigir em alta velocidade, pela presunção de que poderia ameaçar outras vidas, um governo que não repassa recursos adequados à saúde também esta colaborando com a morte de pessoas", defende.
Delassu afirma que, na Colômbia, nos últimos dez anos, foram assassinados mais de 100 sindicalistas da área de saúde pública que vinham denunciando tentativas de privatização dos serviços do setor.