Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, informou hoje (30) que o número de atendimentos aos investidores em 2005 praticamente triplicou em relação aos dois anos anteriores, totalizando mais de 235 mil. Em 2004, foram 87,3 mil e no ano anterior, 86,8 mil atendimentos.
De acordo com o superintendente de Orientação a Investidores da CVM, José Alexandre Cavalcanti Vasco, o crescimento está relacionado à abertura de capital em bolsa de valores das empresas brasileiras. "O ano passado assistiu a vários processos de abertura de capital, muitos dos quais, reservando uma parte da oferta para investidores individuais, pessoas físicas", explicou. "A gente acredita que o impacto dessas ofertas e do próprio crescimento do mercado despertou o interesse da população".
Somado a esse fator, Vasco acrescenta as iniciativas de divulgação do mercado de capitais, no sentido de torná-lo mais popular, realizadas pela própria CVM e por entidades privadas. Ele citou como exemplo o programa Bovespa Vai Até Você, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que desde seu lançamento, em 2002, atingiu cerca de 30 milhões de pessoas, com atendimento direto a mais de 263 mil pessoas.
Segundo a assessoria da Bovespa, o resultado do programa de popularização pode ser avaliado, por exemplo, pelo crescimento da participação de pessoas físicas no volume financeiro da Bolsa, que alcançou seu maior pico em julho de 2004, com a participação de 30,1%. Em 2002, o percentual de pessoas físicas era de 20,5%.
"Nós acreditamos que as sementes lançadas começaram a dar frutos agora", avaliou Vasco. Ele esclareceu que apesar de não haver uma meta quantitativa de atendimentos estabelecida para 2006, uma vez que a CVM não tem ingerência sobre o número de pessoas que a procuram para tirar dúvidas ou obter informações sobre os investimentos no mercado de capitais, a expectativa é atender a 100% dos investidores.