Especial 8 – Duplicação da BR-101 Sul teve custo reduzido em quase um terço

30/01/2006 - 18h44

Paulo Machado e Eliane Gonçalves
Enviados especiais

Porto Alegre - A obra de duplicação da rodovia BR-101, no trecho de 345 quilômetros que vai de Palhoça (SC), na região metropolitana de Florianópolis, até Osório (RS), deverá custar 30% a menos do que estava previsto no projeto original. "A obra vai custar mais barato do que estava previsto, mesmo com os reajustes dos contratos com base na inflação", afirmou o coordenador do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes do Rio Grande do Sul (Dnit-RS), engenheiro Marcos Ledermann.

"As propostas apresentadas pelas empreiteiras interessadas em construir a rodovia foram 30% mais baratas do que estava previsto no projeto original do DNER [antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem substituído pelo atual DNIT no inicio do governo Lula]. Com isso, o custo total da obra caiu de R$ 1,5 bilhão para, aproximadamente, R$ 1,1 bilhão", segundo o engenheiro.

Marcos Ledermann é responsável pelas obras no trecho gaúcho da estrada. Para ele, não haverá necessidade do governo federal tomar empréstimos junto aos bancos internacionais para concluir a obra. "Os recursos provenientes da cobrança do imposto sobre os combustíveis, a Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico], com uma arrecadação da ordem de R$ 8 bilhões ao ano, são mais que suficientes e esse dinheiro deve ser aplicado integralmente em infra-estrutura de transportes, rodovias, portos, aeroportos e ferrovias", afirma.

Se a obra utilizar exclusivamente recurso da Cide, na opinião de Marcos Ledermann, "não será preciso cobrarmos pedágio como no caso de obras financiadas com dinheiro de bancos internacionais [Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento], esses organismos exigem que as rodovias, depois de concluídas, sejam privatizadas". Para ele, a iniciativa privada deve ser contratada apenas para fazer a conservação da estrada "podemos fazer licitações para contratar empresas que recebam mensalmente apenas pela manutenção".

O projeto de duplicação da BR-101, no trecho que vai de Palhoça (SC) até Osório (RS), prevê a construção de 62 viadutos, 74 passarelas para pedestres, 51 passagens inferiores para animais, 50 pontes sobre rios e alagadiços e 4 túneis, alem da execução de 22 programas sócio-ambientais desenvolvidos concomitantemente com a obra.