Paulo Machado e Eliane Gonçalves
Enviados especiais
Florianópolis - O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Santa Catarina (Crea-SC) considera que a duplicação da rodovia BR-101 Sul está atrasada em mais de 30 anos por ser importante para desenvolver o estado de Santa Catarina, para incrementar as exportações para o Mercosul e ampliar o turismo internacional.
"A obra de duplicação da BR 101 transcende a quem esteja administrando o pais", explica presidente do Crea-SC, o engenheiro Raul Zucatto. Para ele, a sociedade catarinense não vai permitir que essa obra pare caso haja mudança na administração federal. "Vamos usar todos os recursos disponíveis para pressionar o governo, seja ele qual for, para que termine a obra. Ela deve ser um compromisso do Estado brasileiro."
Segundo Zucatto, as obras estão em um ritmo aquém das expectativas da sociedade civil, mas compreende que "devido à complexidade do mega-projeto, que envolve questões ambientais, sociais, culturais, indígenas, técnicas, econômicas e políticas, é natural que não se consiga andar mais depressa". A estrada faz parte do Corredor do Mercosul, inteligando Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Iniciada em janeiro de 2005, a obra custará R$ 1,1 bilhão e vai duplicar 345 quilômetros do trecho entre Palhoça (SC) e Osório (RS).
Raul Zucatto destaca que o fato do governo federal ter incluído a obra no Plano Piloto de Investimentos (PPI) é uma garantia de sua prioridade e de que não faltarão recursos para sua conclusão. O Crea–SC participou das lutas que a sociedade civil catarinense empreendeu nos ultimos 15 anos, juntamente com o Sindicato dos Engenheiros, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB–SC), e outras entidades para pressionar os governos FHC e Lula para que a duplicação fosse feita. Em conjunto, elas elaboraram o projeto "BR 101 Sul – A Rodovia da Vida", em alusão à fama de "rodovia da morte" como ficou conhecida.